Simpósio de Filosofia discute contribuições de Edith Stein
Evento segue até sexta-feira, abordando também as ideias da filósofa alemã na psicologia

Na noite de quarta-feira, 4 de outubro, a Faculdade São Luiz realizou a abertura do 21º Simpósio de Filosofia. O evento segue até sexta-feira, 6, e pelo segundo ano tem a filósofa alemã, Edith Stein, como tema central das discussões.Professor organizador do evento, Eduardo Dalabeneta explica que já é tradição que o simpósio da Faculdade São Luiz seja realizado de modo trienal, ou seja, durante três anos se discute um mesmo pensador ou pensadora, para que se possa amadurecer e aprofundar suas ideias. “Para alguns pensadores, filósofos e filósofas, muitas vezes é necessário que demore um pouco mais de tempo. Às vezes as respostas e os pensamentos não são tão imediatos”, afirma.No ano passado, o simpósio discutiu os aspectos originais do pensamento filosófico de Edith Stein. Neste ano, o tema são as contribuições que a filosofia dela oferece para, pelo menos, duas áreas do conhecimento: ciências da educação e psicologia.“Estudar Edith Stein é, de certo modo, visitar uma pessoa que fez da sua vida o seu pensamento e, do seu pensamento, sua vida. Não é uma pensadora de gabinete, que fica parada, sozinha, isolada, mas que consegue ler as questões cotidianas, vivenciá-las e, ao mesmo tempo, tematizá-las, apontando horizontes”, explica.O vice-diretor da Faculdade São Luiz e coordenador do curso de Filosofia, padre Aléssio da Rosa, destaca a importância de conhecer temas fundamentais para o momento atual. “Esperamos que todos possam refletir e aprofundar os temas de Edith Stein para que possamos nos entender melhor como humanidade e como pessoas. Queremos despertar o ser humano na sua integralidade, ou seja, o lado espiritual e a dimensão comunitária e que nos liga com o outro, para a construção de uma sociedade melhor”, enfatiza.
Visão educativaA primeira noite do simpósio apresentou a conferência “A visão educativa de Edith Stein”, com a professora doutora, Patrícia de Lima Teixeira. Segundo ela, Edith Stein tem um pensamento multidisciplinar e potencializa a antropologia como diretriz educacional. “Para a filósofa não existe uma educação desconectada das realidades e dos contextos humanos. É uma educação a partir da vida, a partir da pessoa. E o processo educacional, para Edith Stein, é um desvelamento do tornar-se si mesmo, refletindo: que pessoa eu sou? Que visão de mundo eu tenho?”.Outra característica do pensamento de Edith Stein no contexto educacional, segundo a professora, é a dimensão da formação humana, que é própria da educação. “Ela parte da interioridade da pessoa humana, mas não para ficar um ser humano isolado em si mesmo, autossuficiente, mas para um autoconhecimento, uma autoconsciência do que se é e do que se deve ser ao mundo”.
EmpatiaPatrícia destaca a relação de Edith Stein com o estudo da empatia. “A empatia, para ela, não é só uma questão ética. É uma questão antropológica. Estar conectado com o outro, para que se faça relação comunitária, isso é muito forte. Não é um tipo de formação da pessoa para o próprio aperfeiçoamento, mas para as relações comunitárias”, revela.De acordo com a professora, Edith Stein foi uma das pioneiras no estudo da empatia. Sua tese sobre o tema foi defendida em 1916 e publicada em 1917. “Para ela, o ato empático acontece primeiramente com a percepção do eu e do não eu. Preciso ter a sensibilidade com o outro, de sentir o outro dentro de uma relação, captar a alegria, a necessidade, a angústia e se conectar com isso. Essa conexão, para Edith Stein, é muito importante para dignificar o ser humano enquanto pessoa e enquanto relação”.
Representatividade femininaProfessora Patrícia ressalta ainda a oportunidade de dar espaço para a discussão de ideias de uma pensadora mulher. “Não são poucas as mulheres filósofas, mas nem todas têm visibilidade. Edith Stein tem, não só um conteúdo antropológico muito integral entre natureza e graça, mas também toda uma forma de pensar a partir do feminino. Tanto é que ela tem uma antropologia do feminino que impactou diretamente a antropologia do Vaticano II. A carta de João Paulo II às mulheres, por exemplo, tem muito do conteúdo steiniano”.O professor Eduardo Dalabeneta também destaca a importância de dar visibilidade às mulheres pensadoras. “Infelizmente, no nosso processo de Ensino Básico, os livros didáticos não trazem a presença das filósofas mulheres e esta é uma forma de suscitar e mostrar a presença da mulher na Filosofia”.
Atualização de temasO diretor da Faculdade São Luiz, padre Silvano João da Costa, destaca que o Simpósio de Filosofia tem como objetivo trazer pensamentos em um tempo maior, de mais qualidade e com aprofundamento para os participantes. “Para nós, é imprescindível ter esses momentos de reflexão para que possamos exercitar o que nós estudamos em sala de aula e agora praticamos na escuta. O simpósio tem a característica da atualização de temas. Trazer Edith Stein é trazer seu pensamento para a educação e à psicologia, de que forma podem nos ajudar a refletir, discernir e repensar o mundo que nos cerca”.
Programação
Quinta-feira, 5 de outubro8h às 11h30 - minicurso “As contribuições de Edith Stein para a formação de educadores”, com a dra. Patrícia de Lima Teixeira14h às 17h - comunicações19h30 - conferência “A psicologia ‘com alma’ segundo Edith Stein”, com o dr. Acchiles Gonçalves Coelho Júnior20h30 - debate21h30 - encerramento
Sexta-feira, 6 de outubro8h às 11h30 - minicurso “Contribuições de Edith Stein para o atendimento psicológico”, com o dr. Acchiles Gonçalves Coelho Júnior11h30 - encerramento do 21º Simpósio de Filosofia
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