Faculdade São Luiz celebra 90 anos do curso de Filosofia

Lançamento de revistas históricas e homenagem aos professores marcaram o evento

Ensino Superior

18.02.2023 - 11:04:37 | 6 minutos de leitura

Diversas autoridades religiosas prestigiaram a solenidade que comemorou os 90 anos do curso de Filosofia da Faculdade São Luiz. O evento ocorreu na manhã de sexta-feira, 17 de fevereiro, no auditório da instituição e foi marcado pelo lançamento de revistas históricas e de homenagens aos professores.

“Olhar para o passado é rememorar a trajetória ousada da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (SCJ), com ênfase à missão coordenada pelo próprio fundador, padre João Leão Dehon, a partir do movimento missionário iniciado no Brasil, no começo do século passado. É lembrar da cidade de Brusque como sede do Noviciado e do Seminário Filosófico, que se efetivou em 1933, com a chegada do padre alemão, Roberto Bramsiepe. Fazer referência ao passado é agradecer a tantos padres que conduziram, aperfeiçoaram e se comprometeram com o ensino de Filosofia de Brusque, ao longo dessa história”, afirma o diretor da Faculdade São Luiz, padre Silvano João da Costa. 

Nove décadas

O ensino da Filosofia em Brusque passa por três momentos. O primeiro deles é esta fase inicial, com padre Roberto Bramsiepe, na condução do Curso Seminarístico. A formação seguiu até 1969, quando o movimento liderado pelo Padre Orlando Maria Murphy, trouxe os primeiros cursos de Ensino Superior à cidade, em convênios firmados com a FURB que, posteriormente, em 15 de janeiro de 1973, deram origem à Fundação Educacional de Brusque (FEBE).

O terceiro momento é o atual, que iniciou em 2001 e se expandiu com a fundação da Faculdade São Luiz, credenciada pelo Ministério da Educação em 2004. O curso hoje, além da presença de seminaristas, é aberto à comunidade. 

“Nosso curso de Filosofia tem a nota 4 no Enade e é o número 1 no IDD em Santa Catarina. Dos 78 cursos de Bacharelado de Filosofia avaliados no país, a Faculdade São Luiz ocupa a 24ª posição nacional e o 7º lugar entre os Estados do Sul. Atualmente, temos entre nossos acadêmicos, oito dioceses, duas Congregações religiosas, além de leigos de Brusque e região”, detalha padre Silvano. 

Para o diretor, o curso de Filosofia tem sua marca na história de Brusque e segue atualizado às exigências de cada tempo. “Temos urgência em continuar formando cidadãos pensantes, reflexivos e com rigor lógico, capazes de se tornar promotores responsáveis e respeitosos da verdade, da justiça e da paz”, ressalta. 

O vice-diretor da Faculdade São Luiz e coordenador do curso de Filosofia, padre Aléssio da Rosa, também se enche de orgulho por viver e dar continuidade à essa história. “Voltamos ao passado para celebrar a memória dos nossos pioneiros, que nos inspiram a seguir em frente. Projetamos o futuro com o olhar de esperança, pela importância que ainda damos à Filosofia e pela diferença que ela faz na vida de nossos acadêmicos e egressos”, destaca. 

Homenagens

Durante a solenidade, foram homenageados dois egressos da Filosofia e ainda professores da instituição: padre Nivaldo Alves de Souza e padre Adilson José Colombi. Natural da Bahia e criado em São Paulo, padre Nivaldo chegou em Brusque em 1969, matriculado no Curso Seminarístico do Convento SCJ. Depois, já ordenado sacerdote, voltou à cidade em 1975, para lecionar disciplinas como professor assistente. O religioso concluiu seu Mestrado e Doutorado em Roma, tornando-se o primeiro diretor da Faculdade São Luiz. “Minha emoção é duplicada, porque não sou só professor, também fui aluno. Tive a oportunidade de me especializar em Filosofia e sempre foi uma alegria compartilhar o conhecimento com meus alunos”, relata. 

Padre Adilson também se especializou em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, e iniciou o exercício do magistério em Brusque, em 1981. Desde então, tem trilhado o caminho formativo, mas sem abrir mão do atendimento pastoral, integrado à Paróquia São Luís Gonzaga. “Minha contribuição é modesta. Não estou mais em sala, mas auxilio nos Trabalhos de Conclusão de Curso. Tenho a sensação de ter contribuído um pouquinho na vida de muitos que, por vezes, encontro pelo Brasil afora”, afirma. 

Autoridades eclesiais

Presente no evento, o Bispo Emérito de Santo André (SP), Dom Nelson Westrupp, celebrou esta história, da qual é egresso e foi professor. “Tive dez anos de experiência nessa faculdade, como professor e reitor do Convento. Estava em uma aula de Metafísica quando recebi o convite de Roma para ser membro do Governo Geral da Congregação SCJ. São muitas as lembranças que vem à tona neste dia. É quase impensável falar de Brusque sem mencionar a presença dehoniana na cidade, e sua contribuição humana, cultural e social para o Vale do Itajaí”, pontua. 

O arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jöenck, também se fez presente e lembrou dos 10 anos que serviu como professor da instituição, entre 1990 a 2000. “Aquilo que começou como uma ‘sementinha’, de repente, desabrochou. Essa é a grande recompensa: depois de 90 anos o curso cumpriu e está cumprindo, com toda força e atualidade, o seu propósito inicial: ajudar a preparar pessoas para interpretar os momentos da vida, de uma forma mais verdadeira e profunda’, diz o arcebispo. 

Representando o Superior Provincial da Alemanha, padre Stefan Tertünte, acompanhou a solenidade o padre Tarcísio Darros Feldhaus. “Esse curso existe porque os alemães enviaram sacerdotes missionários para o sul do Brasil, no intuito de formar vocações. É uma iniciativa louvável e, como membro da Província da Alemanha, alegro-me com a instituição e sua obra. Desejo que a Faculdade São Luiz continue ativa e que forme cada vez mais pessoas para a sociedade e para a vocação religiosa”, enfatiza. 

Por fim, o Superior Provincial da Província Brasileira Meridional (BRM), Padre Sildo César da Costa, falou sobre a gratidão por esta história, que soube se adaptar ao longo das décadas e que chega aos 90 anos muito fiel à sua essência, “Nosso curso de Filosofia é referência no Estado e no país, pois busca a formação do ser humano pelo conhecimento, fazendo com que as pessoas possam se encontrar dentro dessa dimensão de história e de vida da qual vivemos hoje”, salienta.