Estudantes do Colégio São Luiz retornam do intercâmbio

Brusquenses passaram um mês no Mississippi, acompanhadas pela professora de inglês, Mariane Werner Zen

Ensino Fundamental

09.02.2023 - 17:15:27 | 5 minutos de leitura

Mais confiantes, corajosas e autônomas. E com o inglês na ponta da língua! É assim que as estudantes do 9º Ano do Colégio São Luiz, Alice Rensi Botelho, Luisa Cardoso, Joana Pazzini Mueller Ferreira e Maria Clara Ulber Feuzer, todas com 14 anos, se sentem neste retorno à cidade, após quatro semanas de intercâmbio na Sacred Heart School, localizada na cidade de Southaven, estado do Mississippi. Durante todo o período elas estiveram acompanhadas pela professora Mariane Werner Zen, que coordena o Programa Bilíngue na instituição.

“É com o coração pleno que terminamos esta primeira etapa do intercâmbio do Colégio São Luiz com a escola dehoniana do Mississipi. Os resultados foram surpreendentes. Nossas estudantes e a professora viveram uma experiência de aprofundamento da língua e da cultura inglesa, com alunos da mesma idade, com outros professores e em um colégio com uma dinâmica própria dos Estados Unidos”, avalia o diretor do Colégio São Luiz, padre Silvano João da Costa.

Segundo ele, a experiência positiva deve impulsionar o movimento próprio de internacionalização, através do fomento de programas de intercâmbio disponíveis aos estudantes entre as 34 educacionais dehonianas, sediadas em diversos países. “Enquanto diretor, me rejubilo com o projeto que está acontecendo, o primeiro de muitos que ainda virão. Agradeço às famílias pela confiança e à professora Mariane, pela disponibilidade e envolvimento”, destaca.

Preparação e responsabilidade

Embarcar com quatro adolescentes para outro país foi o desafio assumido com carinho pela professora Mariane Werner Zen. Para ela, a boa relação construída ao longo dos anos entre o colégio, as estudantes e suas famílias, foi decisiva para a confiança depositada no projeto. 

“Já existia esta relação mais próxima. Porém, o que nos trouxe tranquilidade foi o processo de seleção. Analisamos o domínio da língua inglesa e o comportamento em sala de aula. Ou seja, já havia esta segurança de que, ao chegar lá, elas seriam capazes de interagir e manter uma conversação. Hoje, posso dizer que a experiência superou as nossas expectativas”, atesta a professora Mariane.

Esta foi a primeira vez que Alice, Luisa, Joana e Maria Clara permaneceram por tanto tempo longe dos pais. A saudade, mais latente nos primeiros dias, foi dando espaço à uma intensidade de rotinas e tarefas escolares para serem cumpridas. Nas horas vagas, não faltaram convites sociais para almoços e jantares: em cada novo encontro, a oportunidade de treinar o idioma e de conhecer a cultura local.

“Todas as noites fizemos o que o padre Silvano nos recomendou: listamos o que de melhor e o que de pior aconteceu naquele dia. Assim, nenhum problema cresceu em nosso meio, porque todas tiveram a coragem de compartilhar o que não foi bom. Nos últimos dias no país, acompanhei uma conversa em que elas expressavam sentimentos em inglês para a diretora e à orientadora educacional. Ali tive a certeza de que parti com quatro meninas, e voltei com quatro adolescentes”, afirma Mariane.

Experiência internacional

As aulas na Sacred Heart School são de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 15h. O almoço acontece no local e cada aluno tem a responsabilidade de limpar o espaço em que fez a refeição na cantina, bem como a sala de aula. Apesar de pequena, especialmente por não manter o Ensino Médio, a Escola Dehoniana do Mississipi tem estudantes que representam mais de 20 nacionalidades. 

“O dia na escola começa com as mensagens da diretora. Ela fala em um microfone ligado às caixas de som das salas de aula. A rotina é sempre a mesma: o juramento à Bandeira, uma oração e o reforço aos valores da escola (conhecimento, respeito e integridade). A diretora também fala sobre comportamento, postura e amizade. Por fim, são anunciados os aniversariantes do dia, que recebem uma bênção especial. No colégio, cada aluno mantém sua rotina de estudos e se desloca entre as salas”, conta Alice.

Maria Clara lembra que chegou à escola um tanto insegura, com medo de ser julgada pelo idioma. “Mas fomos bem acolhidas. Com o passar do tempo e com o avanço da amizade, compreendemos que os dramas, os conflitos e dúvidas são sempre os mesmos. Ao que tudo indica, adolescentes são iguais no mundo inteiro”, brinca.

Durante o intercâmbio, as estudantes prepararam uma apresentação sobre o Brasil, ampliando o conhecimento dos alunos norte-americanos. Muitos deles já haviam pesquisado sobre a Amazônia e um dos propósitos foi de lançar luz às demais regiões do país, com ênfase no sul, onde as intercambistas moram e estudam. “Foram oito apresentações, durante três dias. Tratamos de temas relacionados à geografia, história, economia e cultura”, destaca Joana. 

Para Luisa, o mais importante desta experiência foi o amadurecimento pessoal. “A gente estava ali, dando o nosso melhor, em um país com outra língua e com outra cultura. Tive a oportunidade de descobrir melhor quem eu sou”, revela.

A despedida das brasileiras, no fim de janeiro, foi marcada pela emoção, com direito a fila para receber abraços e assinatura dos amigos em camisetas. Agora, a saudade está do outro lado do oceano, à espera pelo reencontro. Para as quatro brusquenses, antes mesmo de completarem 15 anos, já está claro que o mundo é uma fonte de aprendizado que elas anseiam por conhecer. 

Saiba mais

Durante o intercâmbio, as estudantes e a professora ficaram hospedadas em uma das casas da Congregação SCJ. Um carro também foi disponibilizado pelos religiosos e facilitou o deslocamento do grupo. A escola era um pouco distante da residência e todas essas viagens ficaram marcadas pela beleza do inverno americano, cuja geada coloria de branco as paisagens. Do lado de dentro do carro, sempre a animação, embalada pelo sucesso das músicas em inglês.