A Biopolítica em Giorgio Agamben

“Terceira Quarta com Filosofia” trouxe reflexões sobre os conceitos do tema e a atualidade

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19.08.2021 - 16:30:52 | 5 minutos de leitura

Autor - Imprensa São Luiz
 A Biopolítica em Giorgio Agamben

O Colégio e Faculdade São Luiz realizou na noite de quarta-feira, 18 de agosto, mais uma edição da “Terceira Quarta com Filosofia”. Na oportunidade o evento online e aberto à comunidade teve como tema a “Biopolítica em Giorgio Agamben” e foi ministrado pela professora Lara Emanuele da Luz.
Durante a reflexão, foi possível compreender os conceitos que configuram a Biopolítica do filósofo italiano e a relevância de seu pensamento para a atualidade. Assim, ao longo da apresentação, a professora falou sobre as principais obras de Agamben que tratam da biopolítica, conceitos, características, e a aplicação da mesma na atualidade, além de outros aspectos. “É uma temática muito atual, a exemplo do que tivemos esta semana no Afeganistão, onde é possível se ter uma interpretação biopolítica, pois o que está ocorrendo no país é uma amostra do chamado Estado de Exceção. Assim, a biopolítica é um pensamento muito pertinente e atual, mas muitas vezes não tão pesquisado porque se trata de Filosofia, e muitas pessoas a classificam como algo distante de seu dia a dia”, comentou. 
Para o cenário nacional, a professora também trouxe a situação da Covid-19 no Brasil como um exemplo de aplicação da temática. “Agamben também fala sobre a questão da pandemia, o fato de termos os números de pessoas que morreram por conta da doença, os números da eficácia da vacina, entre outros dados estatísticos, que podem ser encaixados na biopolítica. E este conceito não é uma ‘teoria da conspiração’, mas sim um aspecto importante de uma política sobre a vida, pertinente no cenário atual. E para mim foi uma alegria e honra participar deste evento, estar aqui falando sobre esse assunto na faculdade onde me formei”, acrescentou a egressa.  
Lara é professora do Colégio e Faculdade São Luiz (ensino médio e superior) e integrante do corpo discente do curso de Doutorado em Filosofia do Programa de Pós-Graduação e Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Desenvolve pesquisa a na área de Ética e Filosofia Política com ênfase nos estudos de biopolítica e técnica. Possui mestrado em Filosofia, na área de Ética e Filosofia Política pela UFSC. Graduada em Filosofia pela Faculdade São Luiz, e em fase de conclusão de seu doutorado.

Aproximação com a comunidade 
O coordenador do curso de Filosofia e vice-diretor do Colégio e Faculdade São Luiz, padre Aléssio da Rosa destacou na abertura do evento a importância da discussão do tema e também sobre o intuito da “Terceira Quarta com Filosofia” em compartilhar discussões e reflexões pertinentes sobre o mundo e sobre a atualidade.  “Temos como meta e missão fazer com que a Filosofia não seja algo afastado, uma ‘torre de marfim’, mas que ela seja traduzida no nosso dia a dia. Por isso a biopolítica tem um papel tão importante. E nós, do Colégio e Faculdade São Luiz, também queremos promover isso com a nossa comunidade, essa reflexão sobre a vida, em sintonia com a política, com a governança. Às vezes, parece que o mundo caminha mais para uma instabilidade do que para uma estabilidade, e isso faz com que possamos nos localizar e perceber qual o nosso papel nesse contexto: se aceitamos tudo ou então se fazemos algo, no que podemos contribuir, com reflexões, ações, promovendo a política do bem comum. Sem dúvida foi uma grande oportunidade e que isso também possa ser um fator de reflexão e ação em nosso dia a dia”, comentou. 

Saiba mais
Giorgio Agamben, filósofo italiano nascido em 1942, e ainda vivo, apresenta um diagnóstico da modernidade bastante relevante para o tempo presente. Apesar de trabalhar diversos temas, seu foco central é o estudo da biopolítica. Para ele, a biopolítica existe desde o nascimento do pensamento político Ocidental, e é ela que rege e captura a vida das pessoas pertencentes à polis (cidade, estado). Para que isso ocorra, é necessário que o Estado de exceção seja tomado como regra, para que nele tudo possa ser instaurado.
Diante de sua formulação teórica, Agamben cunha o termo de vida nua, pertencente à figura do Homo Sacer, entendida como “homem matável e insacrificável”.  Durante a história política do Ocidente, a vida nua é que marca tanto a Antiguidade grega, quanto os tempos contemporâneos. Uma representação do Homo Sacer na atualidade seria o habitante do campo de concentração, sem direito e sem dignidade.
É “alguém” que foi condenado por sua própria identidade, seja judeu, cigano, homossexual, entre outros. Este “alguém” sem nome, é levado às mais absurdas condições inumanas. Sua condenação se justifica apenas por não pertencer à “raça ariana”. O Homo Sacer - o indivíduo do campo de concentração -, está no limiar: entre o animal e o humano. Sua morte não caracteriza um homicídio, mas se configura como “apenas mais um corpo”, “apenas mais um cadáver”, sem dignidade e sem humanidade. 

 
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